quinta-feira, junho 21, 2007

A vila ao por - de -sol


Cosmologia íntima

É certo que olhando para o sol directo
os olhos se turvam chorosos e cegos
e assim não podemos ver as estrelas
que brilham no céu povoando o universo

Mas é com lágrimas de emoção nos olhos
que melhor te vejo e sinto o teu fulgor,
porque é dentro de mim que tu iluminas
o firmamento da noite que trago comigo,
que é tão profundo como o infinito
em que brilhasse qpenas uma única estrela
equivalente no cosmos a mil milhões de sóis.

Manuel Madeira in "um pouco de infinito em toda a parte"

domingo, abril 29, 2007

segunda-feira, março 26, 2007

sexta-feira, março 16, 2007

ao sol

Gravo o eco do teu encanto
que está guardado no rio misterioso
onde o meu corpo se dilui no teu... barco, comboio, casa
num livro com todas as palavras ... miradouro, horizonte, saudade

Rui A. Pereira

quarta-feira, março 14, 2007



Tudo nos pertence

O mar da península
com suas imagens
quebrado nas dunas
antes dos naufrágios,
o vento Árctico
nos dedos mais ágeis,
os jardins suspensos
imensos e frágeis.
Tudo nos pertence
quando somos jovens.

José Carlos Barros

domingo, fevereiro 18, 2007

terça-feira, janeiro 30, 2007

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Murado de cerros a norte como quem se acautela de perigos,
dá costas ao alentejo e vais descendo rumo ao mar.
A eterna atracção da água...
A descida, primeiro agreste, violenta, por escarpas profundas, suaviza mais para baixo, ondulando por colinas e vales até deslizar languidamente quando a vista o Oceano. A maior, a eterna paixão.
Pelo caminho escorrem cheiros e cores. Das estevas, das acácias, dos aloendros. Ficam campos baldios, de secura, de poeira, de pedra.
Ficam campos de laranja, de figo, de amêndoa - linda outrora tanta.
Ficam serranos. Olhar escorrendo cerros abaixo. O apelo do mar.
No algarve não se olha para Norte.
Do mar lhe vêm as lendas, sortilégios, lembranças
de grandeza. No mar se jogou sempre o futuro.
A Barlavento onde se acoitavam marinheiros de
conquistas, a paixão é violenta. Tensões.Escarpada,
a costa não deixa perceber se é ele, o mar, quem se
protege de intrusos se o Algarve que teme aquela àgua.
Os encontros são em espaços intímos, quase escondidos,
no recorte da falésia.como se fosse envergonhado amor
A aprendizagem da serenidade vem ao estender-se a Sotavento,
espreguiçando-se louro até ao Guadiana,
muralha extrema, sugerindo que o algarve quer para si todo o mar.
Entre o Oceano e Serra. Areia e sol.
Pintando de azul mar e oiro.Moreno de alma.
Gente de Sal e arado.
Olhos na vida.


A SUL

segunda-feira, janeiro 08, 2007


Foto de Hélia Coelho