terça-feira, janeiro 30, 2007

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Murado de cerros a norte como quem se acautela de perigos,
dá costas ao alentejo e vais descendo rumo ao mar.
A eterna atracção da água...
A descida, primeiro agreste, violenta, por escarpas profundas, suaviza mais para baixo, ondulando por colinas e vales até deslizar languidamente quando a vista o Oceano. A maior, a eterna paixão.
Pelo caminho escorrem cheiros e cores. Das estevas, das acácias, dos aloendros. Ficam campos baldios, de secura, de poeira, de pedra.
Ficam campos de laranja, de figo, de amêndoa - linda outrora tanta.
Ficam serranos. Olhar escorrendo cerros abaixo. O apelo do mar.
No algarve não se olha para Norte.
Do mar lhe vêm as lendas, sortilégios, lembranças
de grandeza. No mar se jogou sempre o futuro.
A Barlavento onde se acoitavam marinheiros de
conquistas, a paixão é violenta. Tensões.Escarpada,
a costa não deixa perceber se é ele, o mar, quem se
protege de intrusos se o Algarve que teme aquela àgua.
Os encontros são em espaços intímos, quase escondidos,
no recorte da falésia.como se fosse envergonhado amor
A aprendizagem da serenidade vem ao estender-se a Sotavento,
espreguiçando-se louro até ao Guadiana,
muralha extrema, sugerindo que o algarve quer para si todo o mar.
Entre o Oceano e Serra. Areia e sol.
Pintando de azul mar e oiro.Moreno de alma.
Gente de Sal e arado.
Olhos na vida.


A SUL

segunda-feira, janeiro 08, 2007


Foto de Hélia Coelho